O Melhor de Lisboa: Roteiro de 4 Dias

  1. Quando Eu Fui?
  2. Como ir de São Paulo a Lisboa?
  3. Onde Fiquei Hospedada?
  4. Roteiro Detalhado – Lisboa (4 dias)
    1. Dia 1 – Meio Período
    2. Dia 2
    3. Dia 3
    4. Dia 4
  5. Roteiro no Mapa
  6. Orçamento Final
  7. Veja Também

Quando Eu Fui?

Lisboa em março é aquela mistura deliciosa de fim de inverno com começo de primavera. Os dias ainda são fresquinhos, com uma média de 10 a 18 °C, mas já tem sol suficiente pra deixar tudo mais bonito. Chove de vez em quando, mas nada que estrague o passeio (guarda-chuva pequeno na bolsa resolve). É um ótimo mês pra visitar a cidade porque ainda não tem aquele monte de turistas, os preços são mais amigáveis e dá pra curtir os miradouros e andar pelos bairros históricos. Eu fiquei em Lisboa por 4 dias, do dia 03 de março (cheguei no começo da tarde) ao dia 07 de março de 2025. Entendo que foi o tempo mínimo para uma primeira vez em Lisboa, onde pude conhecer os principais pontos da cidade, que é uma delícia de explorar caminhando. Mas confesso que queria ter ficado mais. Com uns dias extras daria pra conhecer cidades próximas e descobrir aquelas joias escondidas que só quem tem tempo pra se perder acaba encontrando. Se puder esticar a viagem, vale super a pena!

Como ir de São Paulo a Lisboa?

Sair de São Paulo rumo a Lisboa é bem fácil — especialmente porque há voos diretos partindo dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos com a TAP, LATAM e Azul. Esses voos duram cerca de 9h30 e são a forma mais prática de chegar. Mas se estiver buscando um preço mais em conta ou tiver datas mais flexíveis, também dá pra encontrar voos com escalas por companhias como Air Europa e Ibéria (via Madrid) e outras.

Chegando em Lisboa, o aeroporto fica pertinho do centro — cerca de 7 km — e dá pra chegar de metrô, ônibus, táxi ou apps como Uber e Bolt. O metrô é a opção mais econômica e prática, já que tem uma estação dentro do aeroporto e te leva às regiões mais turísticas em cerca de 30 minutos. Já o táxi e os apps custam entre €10 e €15 e são ótimos se estiver com mala pesada ou cansada da viagem.

Onde Fiquei Hospedada?

Fiquei hospedada no Hotel Inn Rossio, que tem uma localização excelente no centro de Lisboa, a poucos passos da Praça Dom Pedro IV (a famosa Praça do Rossio). É uma região super estratégica para explorar a cidade a pé, com fácil acesso ao metrô, trem e a várias atrações turísticas como o Elevador de Santa Justa, a Rua Augusta e o Castelo de São Jorge. O hotel é simples, mas bem funcional. Os quartos são confortáveis, limpos e ideais para quem passa o dia fora e busca praticidade e uma boa noite de descanso. A equipe da recepção foi atenciosa durante toda a estadia, o que também fez diferença. As diárias variam entre €120 e €180, dependendo da época e do tipo de acomodação. No geral, achei o custo-benefício muito bom — pela localização, conforto e praticidade. Gostei bastante da experiência e, sem dúvidas, me hospedaria lá novamente em uma próxima viagem a Lisboa.

Quarto Duplo no Hotel Inn Rossio – Lisboa, Portugal.

Roteiro Detalhado – Lisboa (4 dias)

Dia 1 – Meio Período

  • Praça do Rossio
  • O Mundo Fantástico da Sardinha
  • Elevador de Santa Justa
  • Rua Augusta
  • Praça do Comércio
  • Mercado da Ribeira
  • Pink Street

Como cheguei no meio da tarde, comecei meu primeiro dia em Lisboa explorando a região central da cidade, próxima ao hotel onde eu fiquei hospedada, que é uma área vibrante, cheia de história e perfeita para caminhar sem pressa. A primeira parada foi a Praça do Rossio, oficialmente chamada Praça Dom Pedro IV, que é um dos pontos mais emblemáticos da capital. Além da arquitetura charmosa com calçadas de pedra portuguesa formando desenhos ondulados, ali ficam o Teatro Nacional Dona Maria II e várias cafeterias com mesinhas na calçada. É um ótimo lugar para observar o vai e vem lisboeta. Logo ao lado está uma lojinha que é um verdadeiro espetáculo: O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa. Mesmo que você não seja fã do peixe, vale a visita. A loja parece um parque temático de sardinhas em lata, com embalagens vintage e cores vibrantes. As latinhas trazem anos estampados e são vendidas como lembrança — cada uma representa um ano, com fatos históricos e nomes populares da época. Divertido e inusitado!

Praça do Rossio e O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa

Dali segui para o Elevador de Santa Justa, um dos ícones da cidade. Ele conecta a Baixa ao Bairro Alto e chama atenção pela sua estrutura neogótica em ferro fundido. Foi projetada por Raoul Mesnier du Ponsard, um engenheiro português de origem francesa. A subida é rápida e leva até um mirante com uma vista linda da cidade. Se você não quiser pagar pelo elevador, dá pra chegar ao topo por dentro do bairro do Chiado, a pé, e acessar o mirante pelo lado de cima.

Elevador de Santa Justa

Continuando o passeio, fui caminhando pela Rua Augusta, a principal via de pedestres da Baixa. A rua é repleta de lojas, restaurantes e artistas de rua — aquele tipo de lugar que te prende o olhar a cada passo. No final dela, chega-se ao imponente Arco da Rua Augusta, que marca a entrada para a Praça do Comércio, uma das maiores praças da Europa voltada para o Rio Tejo. O lugar é amplo, fotogênico e tem uma energia deliciosa no fim da tarde. Antigamente, ali era o local do Palácio Real, destruído no terremoto de 1755, e hoje é um símbolo da reconstrução da cidade.

Arco da Rua Augusta e Praça do Comércio

No fim do dia, cruzei para o Mercado da Ribeira (também conhecido como Time Out Market). É uma mistura de mercado tradicional com praça de alimentação moderna, reunindo várias bancas de chefs renomados e pratos portugueses com um toque contemporâneo. Ótimo para experimentar de tudo um pouco, de pastéis de bacalhau a pratos mais elaborados. Para encerrar a noite, dei uma passada na famosa Pink Street, a rua com o chão rosa que virou ponto queridinho para fotos e vida noturna. Durante o dia ela pode parecer meio sem graça, mas à noite se transforma, com bares e luzes coloridas. Não fiquei muito tempo por lá, mas foi um bom jeito de fechar o primeiro dia sentindo o clima jovem e animado da cidade.

Mercado da Ribeira (Time Out Market Lisboa) e Pink Street

Dia 2

  • Castelo de São Jorge
  • Miradouro de Santa Luzia
  • Sé de Lisboa
  • Igreja de São Vicente de Fora
  • Feira da Ladra
  • Panteão Nacional
  • Estação Oriente
  • Centro Vasco da Gama
  • Parque das Nações
  • Torre Vasco da Gama
  • Telecabine de Lisboa (Estação Norte)
  • Oceanário de Lisboa
  • Jardins da Água
  • Bairro Alto
  • Ascensor da Glória

No segundo dia em Lisboa, comecei explorando uma das áreas mais tradicionais da cidade: o bairro de Alfama, que é praticamente um museu a céu aberto. A primeira parada foi o Castelo de São Jorge, um dos pontos mais altos de Lisboa — tanto em altitude quanto em importância histórica. A construção é do século XI, quando os mouros ainda dominavam a região, e foi conquistada por Dom Afonso Henriques durante a Reconquista. O passeio pelas muralhas oferece vistas incríveis da cidade e do Rio Tejo, além de várias ruínas e torres. A entrada custa €15 para adultos e pode ser adquirida online no site oficial ou na bilheteira do castelo.

Castelo de São Jorge e Vistas

Descendo pelas ruas de Alfama, fui até o Miradouro de Santa Luzia, um dos mais charmosos de Lisboa. O destaque ali, além da vista, são os azulejos que decoram o mirante com cenas históricas da cidade. Bem ao lado está a Sé de Lisboa, oficialmente chamada Catedral de Santa Maria Maior, é a igreja mais antiga da cidade, construída em 1147 logo após a reconquista cristã, sobre as ruínas de uma antiga mesquita muçulmana. Ao longo dos séculos, resistiu a diversos terremotos e passou por várias reformas, o que explica sua mistura de estilos românico, gótico e barroco. A entrada na nave principal é gratuita, mas para visitar as áreas mais interessantes — como o coro alto, o Museu do Tesouro e a varanda entre as torres — é necessário adquirir um ingresso que custa €5 que pode ser comprado no local. Esses espaços revelam peças de arte sacra, relíquias dos tempos medievais e oferecem uma vista incrível da cidade.

Miradouro de Santa Luzia e Sé de Lisboa

Seguindo o roteiro, passei pela imponente Igreja de São Vicente de Fora, dedicada ao padroeiro de Lisboa. O interior é belíssimo, não entrei no claustro (que é pago), mas o local é famoso pelas vistas panorâmicas mais tranquilas e menos conhecidas da cidade. Perto dali, dei uma volta pela tradicional Feira da Ladra, que acontece às terças e sábados. É um mercado de pulgas onde se encontra de tudo um pouco: de antiguidades e vinis a souvenirs e peças curiosas. Uma mistura de caos e charme que vale a visita, mesmo que seja só para observar.

Igreja de São Vicente de Fora e a Feira da Ladra

A poucos metros, está o Panteão Nacional, instalado na imponente Igreja de Santa Engrácia, é um dos edifícios mais emblemáticos de Lisboa — tanto pela sua arquitetura quanto pela história curiosa por trás da construção. Iniciada em 1682, a obra só foi concluída em 1966, quase 300 anos depois, o que deu origem à expressão portuguesa “obras de Santa Engrácia”, usada até hoje para se referir a projetos que nunca acabam. O edifício, de estilo barroco com planta em forma de cruz grega, abriga os túmulos de grandes nomes da história portuguesa, como Amália Rodrigues e outros. Uma das melhores partes da visita é subir ao terraço, de onde se tem uma vista panorâmica lindíssima do Rio Tejo e da zona de Alfama. A entrada custa €10 e pode ser adquirido no site oficial ou no local.

Panteão Nacional

Depois de tanta história, fui para o lado mais moderno da cidade. Comecei pela Estação Oriente, de arquitetura impressionante e futurista de vidro e metal lembra uma floresta de aço e foi construída especialmente para a Expo 98. Bem ao lado está o Centro Vasco da Gama, um shopping moderno com várias lojas e restaurantes, ideal para uma pausa estratégica. Em seguida, comecei a explorar o Parque das Nações, bairro que surgiu da revitalização da zona portuária durante a Expo e que hoje é um dos mais modernos e agradáveis de Lisboa, com calçadões à beira do Tejo, jardins, obras de arte a céu aberto e construções arrojadas como a Torre Vasco da Gama. Dali também é possível avistar a imponente Ponte Vasco da Gama, que com seus 17,2 km de extensão é a mais longa da Europa. Ela foi inaugurada em 1998, também como parte das comemorações dos 500 anos da chegada de Vasco da Gama à Índia, e foi pensada para aliviar o tráfego da Ponte 25 de Abril, conectando o norte e o sul do país. É tão longa que, em dias de neblina, parece sumir no horizonte.

Estação Oriente e Parque das Nações

Um dos destaques dessa parte do dia foi andar na Telecabine de Lisboa, um teleférico que liga a Estação Norte ao Oceanário. O passeio é curto, mas proporciona uma vista linda do rio e da arquitetura moderna da região. O bilhete custa €7,50 para um trajeto ou €9,50 ida e volta, e pode ser adquirido no local. Aproveitei que já estava na região e fui conhecer o Oceanário de Lisboa, considerado um dos melhores da Europa. Mesmo que você não entre, o entorno já vale a visita, com o Jardim das Águas e esculturas contemporâneas que complementam bem o passeio. Mas eu super recomendo a visita, pois é uma das atrações mais impressionantes da cidade e um verdadeiro mergulho no universo marinho, que abriga mais de 15 mil animais de 450 espécies. O destaque é o enorme tanque central com 5 milhões de litros de água salgada, que simula o Oceano Global e é cercado por quatro habitats distintos: Atlântico Norte, Antártico, Pacífico temperado e Índico tropical. Os ingressos custam €25 (adultos) e podem ser comprados no local ou online no site oficial.

Telecabine de Lisboa e Oceanário de Lisboa

Pra encerrar o dia, voltei para o centro e subi ao Bairro Alto, famoso pela vida noturna, mirantes e vielas cheias de personalidade. E pra chegar lá de um jeito típico (e divertido), peguei o Ascensor da Glória, um bondinho amarelo que sobe a íngreme Calçada da Glória ligando a Praça dos Restauradores ao Miradouro de São Pedro de Alcântara. À noite, as ruas do bairro ganham vida com bares, música e um clima descontraído que vale conhecer, mesmo que seja só para um passeio leve e uma taça de vinho.

Bairro Alto, Miradouro de São Pedro de Alcântara e Ascensor da Glória

Dia 3

  • Torre de Belém
  • Padrão dos Descobrimentos
  • Jardim da Praça do Império
  • Mosteiro dos Jerónimos
  • Igreja Santa Maria de Belém
  • Pastéis de Belém
  • LX Factory
  • Cruzeiro Rio Tejo
  • Fado no Chiado
  • Casa do Alantejo

O terceiro dia começou em Belém, uma das regiões mais históricas e charmosas de Lisboa. A primeira parada foi a imponente Torre de Belém, construída no século XVI para proteger a entrada do porto. Uma curiosidade legal: no passado, a torre ficava no meio do Rio Tejo, funcionando quase como uma fortaleza flutuante, e só com o tempo o rio foi recuando. A arquitetura é toda no estilo manuelino, cheia de detalhes que lembram os barcos e a Era dos Descobrimentos. Eu não entrei mas é possível visitar a torre, e a entrada custa €5 para adultos e podem ser compradas na bilheteria local. Além de subir e apreciar a vista do Rio Tejo, é interessante notar os detalhes nas janelas e as pequenas varandas que parecem inspiradas em barcos.

Torre de Belém

Logo ali perto está o imponente Padrão dos Descobrimentos, um monumento que parece uma caravela gigante navegando pelo Tejo, homenageando os grandes navegadores portugueses que desbravaram os mares no século XV e XVI, como Vasco da Gama e o Infante Dom Henrique. É possível subir no topo do monumento, não o fiz, mas o local é elogiado pela vista do rio, a Torre de Belém, e a região revitalizada de Belém. É um convite para lembrar da época em que Portugal comandava rotas que mudaram o mundo. Ao lado, fica o Jardim da Praça do Império, que é um dos maiores jardins público da cidade, um respiro de natureza com fontes, canteiros floridos e árvores.

Padrão dos Descobrimentos

Em seguida, visitei o magnífico Mosteiro dos Jerónimos, um dos maiores exemplos do estilo manuelino, tombado como patrimônio da humanidade pela UNESCO. Construído para celebrar a rota marítima para a Índia, o mosteiro impressiona pela riqueza de detalhes, como as colunas esculpidas em forma de cordas, flores e motivos marítimos que parecem contar histórias de navegadores e descobertas. O claustro, em especial, é uma obra-prima de arquitetura e escultura, com uma atmosfera quase mágica para quem gosta de história e arte. A entrada para o mosteiro custa €18 e pode ser comprada online no site oficial, para evitar filas, incluindo o acesso ao claustro e museu. A igreja anexa, Igreja de Santa Maria de Belém, abriga os túmulos de figuras importantes como Vasco da Gama e o poeta Luís de Camões, com visita gratuita.

Mosteiro dos Jerónimos e Igreja de Santa Maria de Belém

Nenhuma visita a Belém estaria completa sem uma parada para provar os lendários Pastéis de Belém, cuja receita secreta é guardada desde 1837. A casa original está sempre cheia e as filas podem ser longas, mas vale a espera para experimentar o pastel fresquinho, com a massa crocante e o recheio cremoso. Cada unidade custa em torno de €2,20, e minha dica é aproveitar para sentar no café e saborear o doce com um café ou chocolate quente, na atmosfera típica lisboeta. Na parte da tarde, explorei a LX Factory, um antigo complexo industrial que foi transformado em um dos polos culturais mais legais de Lisboa. O lugar é cheio de lojas alternativas, cafés descolados, grafites coloridos e galerias de arte, perfeito para quem curte um clima moderno e criativo. Além disso, a LX Factory costuma receber eventos, feiras e mercados, trazendo sempre uma programação vibrante.

Pastéis de Belém e LX Factory

Para fechar o dia, fiz um passeio de cruzeiro pelo Rio Tejo. A vista da cidade a partir do rio é totalmente diferente. O passeio dura cerca de uma hora e custa a partir de €15. Os barcos saem do Cais das Naus, perto da Praça do Comércio, e oferecem um jeito relaxante de apreciar Lisboa de um ângulo único. À noite, fui assistir ao famoso Fado In Chiado, um show da música tradicional portuguesa cheia de emoção, histórias de amor e saudade. É possível reservar a experiência pelo Get Your Guide. Para encerrar a noite, jantei na Casa do Alentejo, um restaurante de arquitetura interior surpreendente que mistura elementos da arquitetura mourisca com a tradição portuguesa. O ambiente é acolhedor e cheio de charme, perfeito para provar pratos típicos do Alentejo num cenário que parece uma viagem no tempo.

Cruzeiro no Rio Tejo e Fado In Chiado

Dia 4

  • Sintra
  • Quinta da Regaleira
  • Palácio da Pena
  • Cabo da Roca
  • Cascais

No último dia em Lisboa, resolvi fazer uma day trip para um dos lugares mais encantadores de Portugal: Sintra. Como queria otimizar o tempo e visitar os principais pontos sem me preocupar com transporte, comprei um tour pelo Get Your Guide que já incluía ida e volta de van, entradas, guia e paradas programadas. Valeu super a pena! A cidade fica a cerca de 40 minutos de Lisboa e parece ter saído de um livro de fantasia, com castelos coloridos, florestas densas e uma atmosfera mágica que inspirou até Lord Byron, que a chamou de “Éden glorioso”. Começamos pelo centro de Sintra para conhecer um pouco das ruazinhas e provar comidas típicas, como os famosos “Travesseiros” (que são doces de massa folhada recheados).

Sintra

A segunda parada foi na Quinta da Regaleira, e que lugar surreal! A Quinta da Regaleira é um daqueles lugares que parecem saídos de um sonho esotérico. Envolta por uma vegetação quase mística, ela vai muito além de um simples palacete decorado. Cada canto da propriedade guarda um enigma, um símbolo ou uma história oculta. O grande destaque, claro, é o famoso Poço Iniciático — uma torre invertida que desce nove níveis em espiral, remetendo a rituais iniciáticos ligados à maçonaria e à alquimia. Caminhar por ali dá a sensação de estar entrando num portal secreto, como se cada degrau levasse a uma camada mais profunda do inconsciente. Mas a magia não para por aí: há túneis subterrâneos que ligam grutas, fontes e capelas, caminhos sinuosos entre esculturas e símbolos que misturam o cristianismo, a astrologia e a mitologia clássica. Tudo isso foi idealizado por António Augusto Carvalho Monteiro, um milionário excêntrico fascinado pelo ocultismo, que contratou o arquiteto italiano Luigi Manini para dar forma ao seu universo simbólico. Visitar a Regaleira não é só apreciar beleza — é viver uma experiência sensorial e enigmática.

Quinta da Regaleira

Depois seguimos para o Palácio da Pena, aquele cartão-postal super colorido no alto da serra, que é puro encantamento visual e parece flutuar acima das nuvens em dias de neblina — o que só reforça seu ar de conto de fadas. A construção mistura estilos arquitetônicos diversos, com torres coloridas, cúpulas mouriscas, gárgulas e azulejos que desafiam qualquer padrão de “bom gosto” convencional, mas que juntos criam uma estética absolutamente única. Foi o rei consorte D. Fernando II, apaixonado por artes e por romantismo, quem transformou as ruínas de um antigo mosteiro em um palácio dos sonhos no século XIX. A intenção era justamente essa: criar um refúgio criativo e bucólico, longe das formalidades da corte. O parque ao redor também é um espetáculo à parte, com caminhos sinuosos, lagos e uma vegetação quase tropical, repleta de espécies exóticas vindas de todo o mundo. Percorrer os salões do palácio, ainda mobiliados como no tempo da monarquia, é como abrir uma janela para o passado — mas com direito a cenários que parecem obra de um artista modernista muito ousado.

Palácio da Pena

Na sequência, fomos até o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental. É aquele tipo de lugar que faz a gente se sentir pequena diante da imensidão do oceano. A vista dos penhascos é simplesmente espetacular, com o vento forte soprando e o mar batendo lá embaixo. O farol vermelho completa o cenário, e é daqueles lugares que rendem fotos incríveis e momentos de contemplação. Na volta, passamos rapidamente por Cascais, uma vila charmosa à beira-mar conhecida por suas praias, casarões antigos e vibe elegante. Não chegamos a descer do ônibus em Cascais, mas deu pra ter um gostinho do lugar — e me deixou com vontade de voltar com mais tempo para explorar.

Cabo da Roca

Foi um dia incrivelmente rico. Sintra é realmente um universo à parte, cheio de história, mistério e beleza natural. Se você tiver tempo em Lisboa, essa é uma daquelas escapadas que fazem a viagem ganhar um capítulo especial no seu roteiro.

E assim encerrei minhas primeira passagem por Lisboa, que me conquistou com seu charme, história e vistas incríveis.

Roteiro no Mapa

Usando o My Maps é possível simular o roteiro dentro do mapa do Google Maps, e construir sequências de atividades funcionais. Esse é o meu roteiro dos três primeiros dias em Lisboa:

Orçamento Final

Abaixo está listado os custos que eu paguei pela viagem para Lisboa, em fevereiro de 2025, com câmbio € 1 = R$ 6,06.

É possível diminuir esses custos ao escolher uma opção de hospedagem mais econômica (como hostel, hotéis mais afastados do centro ou Airbnb e usando milhas) ou conseguindo opções de vôos mais baratas (a depender da época do ano, promoções das companhias aéreas e milhas). Nessa viagem também fiz uma viagem para Porto, logo os custos de aéreo foram impactados pois entrei em Portugal via Porto e saí via Lisboa (voos com ida e volta normalmente são mais baratos que multidestino).

Espero que esse roteiro te inspire a viver Lisboa com todos os sentidos despertos. Porque Lisboa é mais do que seus cartões-postais — ela se revela no café tirado com cuidado, no som do calçadão sob os pés, no sol que se deita devagar sobre o Tejo. É uma cidade que encanta sem fazer esforço, que mistura história viva com uma energia leve, quase melancólica, mas cheia de vida. Cada bairro tem um ritmo, cada miradouro uma pausa, cada esquina uma surpresa. Lisboa é daquelas cidades que a gente sente primeiro no peito, depois entende com o tempo — e que, mesmo depois de partir, continua morando na gente.

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