O Que Fazer em 2 Dias em Mykonos

  1. Quando Eu Fui?
  2. Como Chegar a Mykonos?
  3. Onde Fiquei Hospedada?
  4. Roteiro Detalhado – Mykonos (2 dias)
    1. Dia 1 – Meio Período
    2. Dia 2
  5. Roteiro no Mapa
  6. Orçamento Final
  7. Veja Também

Quando Eu Fui?

Estive em Mykonos no comecinho do verão europeu. A ilha já estava animada, com clima quente, céu azul e aquele vento típico das Cíclades que ajuda a refrescar. As temperaturas nessa época variam entre 22 °C e 30 °C, perfeitas para curtir as praias e explorar sem passar sufoco. Ainda não era altíssima temporada, então foi possível aproveitar a vibe animada da ilha sem a superlotação dos meses de julho e agosto. Eu fiquei em Mykonos por 2 dias, do dia 16 de março (cheguei no começo da tarde) ao dia 18 de março de 2025 (saí no começo da tarde para a próxima ilha), e entendo que foi o tempo mínimo para uma primeira vez na ilha, onde pude conhecer os principais pontos. Mas acho que um dia extra seria bom para aproveitar melhor as praias belíssimas da ilha.

Como Chegar a Mykonos?

Antes de ir para Mykonos, eu estava em Atenas, então eu tinha duas opções de transporte para chegar a Mykonos: de avião ou de ferry.

O voo é a opção mais rápida, dura cerca de 40 minutos, e é ideal para quem tem pouco tempo ou prefere evitar o deslocamento por mar. O aeroporto de Mykonos fica a cerca de 10 minutos de carro do centro da ilha (Chora), e há táxis, transfers e até ônibus que fazem esse trajeto com facilidade, especialmente durante a alta temporada.

Já eu escolhi a experiência mais clássica das ilhas gregas: fui de ferry. A viagem parte do porto de Piraeus ou Rafina (dependendo da companhia) e pode levar de 2h30 a 5h, dependendo do tipo de embarcação. Apesar de mais demorado, achei super tranquilo e bem organizado. Se você também estiver chegando de ferry e quiser ir direto para a região de Little Venice, há táxis, transfers privados e ônibus disponíveis no porto novo, mas todos deixam os passageiros na entrada da vila, já que carros não podem circular dentro de Little Venice. Uma alternativa charmosa e prática é o Sea Bus, um barquinho que conecta o porto ao centro da cidade e te deixa em um ponto estratégico, próximo à outra extremidade de Little Venice — ideal para já chegar no clima da ilha sem precisar andar tanto com mala pelas ruas estreitas.

Onde Fiquei Hospedada?

Durante minha estadia em Mykonos, me hospedei no Bluetopia Suites e posso dizer, sem exagero, que foi uma das melhores escolhas da viagem. O hotel é um charme à parte: fica cravado no coração de Little Venice, com vista direta para o mar Egeu e os icônicos moinhos de vento, num cenário típico de Mykonos que parece um sonho. Eu tinha uma varanda privativa com essa vista deslumbrante, que compõe o cenário mais icônico da cidade, onde todas as manhãs era servido um café da manhã impecável, com frutas frescas, pães artesanais, iogurte grego, sucos naturais… tudo entregue com capricho e pontualidade. As suítes tem uma decoração moderna inspirada na arquitetura cicládica, super confortáveis, equipadas com ar-condicionado, Wi-Fi, smart TV, frigobar. A estrutura é impecável, mas o que realmente me conquistou foi o atendimento: acolhedor, atencioso e super personalizado. A equipe cuida de cada detalhe, desde o check-in até sugestões de passeios ou reservas em restaurantes. Se você quer se hospedar no coração de Mykonos com conforto, exclusividade, uma vista de tirar o fôlego, e o melhor point para ver o pôr do sol da ilha, eu recomendo de olhos fechados. Eu paguei R$ 2.413 por diária (incluindo impostos e taxas), ou seja, é um hotel mais caro, mas queria muito viver essa experiência e valeu cada centavo, e o valor entrega o que promete, podendo variar de acordo com a temporada. Gostei muito da experiência de poder dormir e acordar com o som do mar cristalino quebrando nas pedras aos pés da minha varanda, foi mágico. Sem dúvidas, algo que vale a pena viver pelo menos uma vez na vida.

Bluetopia Suítes – Mykonos

Roteiro Detalhado – Mykonos (2 dias)

Dia 1 – Meio Período

  • Church of Panagia Paraportiani
  • Mykonos Castle
  • Church of Agios Nikolaos of Kadena
  • Paralia Choras Mikonou
  • Manto Mavrogenous Statue
  • Matogianni
  • Red Church
  • Windmills of Mykonos
  • View of Alefkandra
  • Agiou Ioanni Square

Cheguei em Mykonos no meio da tarde, vinda de ferry, e já fui recebida por aquele vento típico das Cíclades e o brilho intenso do mar Egeu. Como minha hospedagem era no coração de Little Venice, não perdi tempo: deixei as malas no hotel e saí para explorar a vila a pé, que é, sem dúvidas, a melhor forma de conhecer essa parte da ilha. As ruelas estreitas e irregulares, pintadas de branco com detalhes em azul ou vermelho parecem um labirinto encantado. Cada curva revela uma cena diferente: varandas floridas, igrejinhas escondidas, lojinhas cheias de personalidade e cafés com mesinhas voltadas para o mar.

Ruas de Mykonos

Minha primeira parada foi na Church of Panagia Paraportiani, um dos cartões-postais mais famosos de Mykonos. O curioso é que ela não é uma igreja única, mas sim um complexo formado por cinco pequenas capelas construídas ao longo dos séculos XV a XVII, todas unidas em uma estrutura assimétrica de cair o queixo. Seu nome vem da palavra “paraporti”, que significa “porta lateral”, pois ela ficava ao lado do antigo portão da muralha da cidade. A luz do fim de tarde deixava a fachada branca ainda mais mágica — parecia um bloco de neve esculpido contra o céu azul. Segui então para os arredores do antigo Mykonos Castle, que fica ao lado, que hoje está em ruínas, mas ainda guarda resquícios da fortificação veneziana que protegia a ilha dos ataques piratas. Ali perto, visitei a charmosa Church of Agios Nikolaos of Kadena, com sua cúpula azul e vista direta para o porto antigo. Essa igrejinha é dedicada a São Nicolau, padroeiro dos marinheiros, e fica em uma posição estratégica: era dali que as famílias de pescadores rezavam por quem saía ao mar.

Church of Panagia Paraportiani

Caminhando pela orla da Paralia Choras Mikonou, uma prainha urbana pequena mas cheia de vida, voltando para o centrinho cheguei até a Estátua de Manto Mavrogenous, heroína da Guerra de Independência Grega. Manto nasceu em Mykonos, era uma mulher culta e influente, e investiu sua fortuna pessoal no financiamento da luta contra o Império Otomano. Hoje sua estátua olha firme para o mar, lembrando o papel das mulheres na história da Grécia. Fica numa pracinha super bonita, cheia de restaurantes com vista para o mar. Vale a parada para um sorvete.

Estátua de Manto Mavrogenous

A partir dali, mergulhei nas vielas de Matogianni Street, a principal rua comercial da ilha. É um mix fascinante de boutiques de estilistas gregos, joalherias finas, lojas de arte e lembrancinhas — tudo com aquele charme grego autêntico. Ainda dei de cara com a singela Red Church (Agia Kyriaki), de fachada vermelha vibrante, uma das muitas igrejas ortodoxas escondidas no centrinho. Mykonos tem mais de 600 capelas: uma para cada família da ilha. E a cor da cúpula revela a origem da família: cúpulas azuis são famílias que viviam de atividades do mar, cúpula vermelha/marrom são de famílias que viviam de atividades da terra, e as brancas são das outras famílias ou famílias estrangeiras.

Ruas de Mykonos

No fim da tarde, fui até os icônicos Windmills of Mykonos, os famosos moinhos de vento, construídos pelos venezianos a partir do século XVI para moer trigo aproveitando os ventos constantes da ilha. Hoje, são apenas relíquias fotogênicas, mas ainda guardam um pouco da alma de uma Mykonos que já viveu do comércio e da agricultura, bem antes da fama internacional. De lá, caminhei pela encosta com vista para Alefkandra, o bairro que inspirou o nome “Little Venice” por causa das casas coloridas construídas bem na beira do mar, com varandas pendendo sobre a água (onde dá pra ver a varanda do hotel onde fiquei hospedada). A última parada foi na Agiou Ioanni Square, já voltando para o hotel, que é uma pracinha tranquila com casinhas típicas e lojinhas. De volta ao hotel, me acomodei na varanda da minha suíte no Bluetopia, abri um vinho branco bem gelado e fiquei ali, em silêncio, vendo o sol se pôr. Da minha varanda dava para ver muitas pessoas e barcos se juntando na Little Venice para assistir a esse momento surreal. O céu ficou laranja e pintou todas as casinhas brancas, e, por alguns minutos, tudo parecia perfeito. Era só o primeiro dia, e Mykonos já me conquistar de vez.

Little Venice – Mykonos

Dia 2

  • Porto de Agios Ioannis
  • Igreja de Agios Ioannis e cela do santo
  • Aldeia de Ano Mera
  • Mosteiro Panagia Tourliani
  • Fazenda Mykonian Farm
  • Praia Kalo Livadi (parada panorâmica)
  • Praia Kalafati (parada panorâmica)
  • Praia Agia Anna (parada panorâmica)
  • Club Crawl
  • Super Paradise Beach Club
  • Paradise Beach Club
  • Tropicana Beach Club

Acordei cedo no segundo dia com um objetivo diferente: sair do centrinho charmoso de Mykonos e explorar um lado mais autêntico da ilha. O dia foi dividido em duas partes: Na parte da manhã a ideia era mergulhar na cultura local, nas raízes da ilha além do glamour e à tarde ir conhecer alguns dos famosos Beach Clubs. Para os dois momentos contratei dois passeios separados, pois eu não aluguei carro. Para a parte da manhã, reservei um Tour no Get Your Guide para uma visita guiada à quinta, à aldeia de Ano Mera e às praias, por €50 . O passeio começou no pequeno porto de Agios Ioannis, um lugar tranquilo com vista para a ilha de Delos ao fundo. Ali fica a igreja dedicada ao próprio São João (Agios Ioannis), construída ao lado da caverna onde, segundo a tradição, o santo teria vivido como eremita. A simplicidade do local e a fé que ainda se sente ali contrastam com o cenário badalado de outras partes da ilha.

Old Port Mykonos

Seguimos viagem passando por áreas rurais, entre quintas, vinhedos e campos com cabras e ovelhas. A próxima parada foi a aldeia de Ano Mera, o segundo maior povoado da ilha e, curiosamente, um dos poucos lugares que parecem completamente alheios ao turismo de massa. No centro da vila está o belíssimo Mosteiro Panagia Tourliani, fundado em 1542 por monges vindos de Paros e restaurado no século XVIII. Localizado na praça central de Ano Mera, o mosteiro é dedicado à padroeira de Mykonos, cuja imagem milagrosa teria sido encontrada flutuando no mar próximo à vila de Tourlos. A fachada branca com cúpula vermelha e o campanário ornamentado já impressionam do lado de fora, mas o grande destaque está no interior: um altar (iconostasis) ricamente esculpido em madeira florentina com cenas bíblicas, detalhes dourados e incensários em forma de dragões prateados, que é uma herança da influência oriental. O complexo ainda abriga um pequeno museu eclesiástico com relíquias religiosas, bordados, vestes litúrgicas e ícones bizantinos, oferecendo um mergulho fascinante na herança espiritual e artística da ilha. A entrada custa €10 em dinheiro e precisa cobrir ombros e joelhos ao entrar. Tranquilo e autêntico, é um dos lugares mais especiais para quem busca entender a verdadeira alma de Mykonos além das festas e praias.

Mosteiro Panagia Tourliani

A parte mais especial da manhã foi a visita à Mykonian Farm, uma fazenda familiar onde aprendemos sobre a vida tradicional na ilha. Os anfitriões explicaram curiosidades sobre os vinhos de Mykonos e mostraram como funcionam algumas das atividades agrícolas, desde o cuidado com os animais até a colheita. Para quem quiser, é possível até colocar a mão na massa e experimentar um pouco desse cotidiano rural. O passeio oferece a opção de lanche ou almoço ali mesmo, com receitas caseiras preparadas com ingredientes frescos da própria fazenda. Fui muito bem recebida, e me senti parte da família.

Mykonian Farm

Finalizamos a manhã com um tour panorâmico por três das praias mais autênticas e menos badaladas da ilha: Kalo Livadi, Kalafati e Agia Anna. As paradas foram rápidas, apenas para apreciar a vista e registrar o visual, mas cada uma tem sua própria personalidade. Kalo Livadi, por exemplo, é conhecida pela longa faixa de areia dourada e pelas águas rasas e cristalinas, ideal para quem prefere sossego e espaço, mesmo no verão, ela é mais tranquila que as vizinhas famosas. Já Kalafati se destaca por ser a praia do windsurf em Mykonos: o vento constante ali atrai esportistas do mundo todo, e o contraste entre as pranchas coloridas e o azul do mar é lindo de ver. Do caminho entre essas praias, é possível avistar duas colinas arredondadas que os moradores locais chamam carinhosamente de as “tetas de Afrodite”: uma referência mitológica bem-humorada que conecta a paisagem natural à deusa do amor e da beleza. A última parada foi em Agia Anna, uma enseada pequena e acolhedora, cercada por pedras e vegetação baixa, com mar tranquilo e um clima mais local. Apesar de não termos tempo para nadar, valeu demais pelas paisagens, pelas histórias e por descobrir um lado mais sereno e quase escondido de Mykonos. Definitivamente lugares para voltar com mais calma, de preferência fora do circuito turístico.

Kalo Livadi e Kalafati

Depois de um banho rápido e uma recarga de energia no hotel, era hora de mudar totalmente a vibe. O final da tarde foi reservado para um club crawl pelos beach clubs mais icônicos de Mykonos: uma experiência que mistura coquetéis, música e gente animada em algumas das praias mais famosas da ilha. Também reservei esse passeio no Get Your Guide, por €65. Começamos pela Super Paradise Beach Club, um dos mais lendárias da ilha, com fama de reunir gente bonita, festas animadas e DJs de respeito. De lá seguimos para a vizinha Paradise Beach Club, coração da vida noturna de Mykonos desde os anos 1970, com clima animado, estrutura jovem e muita música eletrônica, num ambiente super animado. Visitamos o clássico Paradise Beach Club antes de encerrar o rolê no Tropicana Beach Club, onde a vibe começa forte a partir das 16h30, com coquetéis tropicais, gente dançando em cima das mesas e um pôr do sol de cair o queixo. Foi uma tarde intensa, perfeita para quem quer curtir o lado mais festeiro e icônico da ilha sem se preocupar com transporte ou planejamento, com gente do mundo todo e muito shots grátis.

Club Crawl Mykonos

Fechamos a noite com muitas risadas, boas memórias e a sensação de que Mykonos consegue, sim, ser tradicional e selvagem no mesmo dia – e fazer isso com muito estilo.

No dia seguinte, peguei o ferry rumo ao próximo destino, mas não sem antes me perder uma última vez nas ruelas de Mykonos, buscando souvenirs e colecionando lembranças que vão muito além do que se pode levar na mala.

Windmills Mykonos – Vista do Bluetopia Suites

Roteiro no Mapa

Usando o My Maps é possível simular o roteiro dentro do mapa do Google Maps, e construir sequências de atividades funcionais. Esse é o meu roteiro do meu primeiro dia em Mykonos (meio período):

Orçamento Final

Abaixo está listado os custos que eu paguei pela viagem para Mykonos, em junho de 2025, com câmbio € 1 = R$ 6,35.

É possível diminuir esses custos ao escolher uma opção de hospedagem mais econômica (como hostel, hotéis mais afastados do centro ou Airbnb e usando milhas). Nessa viagem também visitei outras regiões da Grécia, como Atenas, Santorini e Corfu, logo os custos foram impactados pois entrei e saí da Grécia via Corfu (logo tive outros custos relacionados a vôos internos e ferries).

Espero que esse roteiro te inspire a viver Mykonos com todos os sentidos, sem pressa, sem rótulos, com a curiosidade de quem se permite descobrir. Porque Mykonos vai muito além dos beach clubs e dos moinhos de cartão-postal: ela se revela nos contrastes entre o azul surreal do mar e o branco das casinhas, no vento que desnorteia, no silêncio das igrejinhas perdidas pelas vielas. Tem festa até o sol nascer, mas também tem mosteiros antigos, vilarejos que resistem ao tempo e praias que parecem portais para o paraíso. É uma ilha que te convida a dançar, mas também a contemplar. Que brilha sob o neon das pistas, mas também na luz dourada que cobre Little Venice ao entardecer. Mykonos é intensa, livre, cheia de curvas inesperadas, como a vida deve ser. E talvez por isso, seja tão difícil ir embora dela sem deixar um pedacinho do coração entre o vento salgado e as ruazinhas que levam a lugar nenhum… e a todos ao mesmo tempo.

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