
“Onde o azul do mar encontra o branco das casas…”
Conhecida como a “Ilha da Lua de Mel”, Santorini é uma ilha que se sente antes de se explicar, onde o branco das casas se mistura ao azul profundo do mar e do céu, e cada penhasco oferece uma vista de tirar o fôlego. É se perder pelas ruelas de Oia, subir escadarias entre lojinhas charmosas, admirar as cúpulas azuis que pontuam a caldeira e sentir o vento no rosto enquanto o sol se põe atrás do vulcão. É caminhar entre Fira e Imerovigli, explorar Skaros Rock, mergulhar nas águas quentes de Palea Kameni e brindar com vinhos que carregam a história da ilha. Santorini pulsa entre o antigo e o contemporâneo, o silêncio das vilas escondidas e a magia do pôr do sol que atrai multidões, deixando na pele o cheiro do mar e nos olhos a luz dourada que colore cada fachada: uma ilha que fica com você mesmo quando você parte.
O relato abaixo é totalmente baseado na minha experiência e no que eu planejei para esta viagem e obviamente pode ser adaptado de acordo com o perfil de cada um.
- Quando Eu Fui?
- Como Chegar a Santorini?
- Onde Fiquei Hospedada?
- Roteiro Detalhado – Santorini (3 dias)
- Roteiro no Mapa
- Orçamento Final
- Veja Também
Quando Eu Fui?
Estive em Santorini em junho, no comecinho do verão europeu. O clima estava uma delícia: céu azul todos os dias, sol intenso e aquele calor seco típico das ilhas gregas, que pede sempre um chapéu, óculos escuros e uma garrafinha de água na bolsa. As temperaturas nessa época variam entre 23 °C e 29 °C, ideais para caminhar pelas vielas de casinhas brancas, explorar os vilarejos charmosos e ainda curtir o pôr do sol mais famoso da Grécia. Ainda não era a altíssima temporada de julho e agosto, então a ilha estava cheia, mas nada impossível, dava para encontrar boas mesas nos restaurantes e aproveitar as vistas sem multidões sufocantes. Eu fiquei em Santorini por 3 dias, do dia 18 ao dia 21 de junho de 2025, e considero que foi o tempo mínimo para conhecer os principais pontos da ilha, equilibrando passeios culturais, praias e momentos de simplesmente contemplar a paisagem. Se tivesse mais um dia, usaria para relaxar ainda mais em alguma praia ou fazer um passeio de barco com calma.
Como Chegar a Santorini?
Antes de ir para Santorini, eu estava em Mykonos, então eu tinha duas opções de transporte para chegar a Santorini: de avião ou de ferry.
Avião
O voo é a opção mais rápida, dura cerca de 50 minutos saindo de Atenas e cerca de 35 minutos saindo de Mykonos, e é ideal para quem tem pouco tempo ou prefere evitar o deslocamento por mar. O aeroporto de Santorini (JTR) fica a aproximadamente 15 minutos de carro de Fira, a capital da ilha, e é bem conectado por táxis, transfers privados e ônibus públicos que circulam com mais frequência durante a alta temporada.
Ferry
Já eu escolhi a experiência mais clássica das ilhas gregas: fui de ferry. Saindo de Mykonos, a viagem até Santorini leva em média 2h30 no ferry rápido (fui de Seajets), mas pode chegar a 5h nas embarcações convencionais. Apesar do tempo maior em relação ao voo, achei a travessia tranquila e rápida (na verdade, considerando que para vôos existe um tempo de antecedência necessária para estar no aeroporto, o tempo de deslocamento foi igual ao que seria de avião). Os ferries chegam no Porto de Athinios, o porto principal de Santorini. De lá, é preciso pegar um táxi, transfer privado ou ônibus para seguir até as principais vilas da ilha, como Fira ou Oia, já que o porto fica em uma parte mais baixa e afastada. O trajeto até Fira leva cerca de 20 minutos de carro, mas prepare-se para uma subida cheia de curvas, com vistas impressionantes das falésias – quase uma prévia do espetáculo que é Santorini.
Onde Fiquei Hospedada?
Durante meus dias em Santorini, me hospedei no Hotel Villa Fotini, em Firostefani, que é um ponto mais elevado de Fira. A localização é excelente: fica literalmente entre Fira e Imerovligli, com acesso fácil aos mirantes mais lindos para o pôr do sol e aos charmosos cafés e restaurantes do do vilarejo. O lugar combina o charme tradicional das casas cicládicas com toques modernos: quartos brancos, varanda, ar-condicionado, café, frigobar e Wi-Fi grátis. Estrutura mais simples comparado aos demais hotéis da região, mas com um excelente custo benefício e fácil acesso: o hotel fica em um ponto onde os carros conseguem transitar: logo, não precisei carregar malas pelas escadas e os passeios me pegavam na porta do hotel. Reservei um dos melhores quartos do hotel (Deluxe Room), com vista varanda com vista para os domos azuis de Agios Gerasimos e para a outra costa do mar, excelente para ver o nascer do sol. Paguei R$2.206,00 por três diárias (R$ 735 por diária), mas os valores podem variar dependendo da época do ano. Considerando a localização privilegiada, o atendimento acolhedor e o conforto oferecido, diria que o custo-benefício foi excelente – especialmente para quem quer estar perto da ação, mas sem abrir mão de tranquilidade. Mas para quem deseja uma experiência mais premium, existem uma infinidade de outros hotéis com estrutura de spa, com piscinas e jacuzzis privativas.

Hotel Villa Fotini – Santorini
Roteiro Detalhado – Santorini (3 dias)
Dia 1 – Meio Período
- Caminhada entre Fira e Imerovigli
- Skaros Rock
- Three Bells of Fira
- Jantar com pôr do sol no Mama Thira
- Caminhada Noturna por Fira
Cheguei a Santorini no início da tarde e quis começar sentindo a essência da ilha: caminhar, me perder nas vistas e ver o sol se despedir no mar Egeu. Meu ponto de partida foi a caminhada entre Fira e Imerovigli, que leva uns 20 minutos saindo de Firostefani (que é onde eu estava hospedada). É uma excelente forma de fazer uma imersão inicial, beirando a caldeira, com aquelas casinhas brancas empilhadas nos penhascos, igrejas de cúpula azul pontuando a paisagem e o mar lá embaixo, tão azul que parece pintado. Imerovigli é conhecida como a “varanda da caldeira”, porque está em um dos pontos mais altos da ilha. Dizem que o nome vem de vigla, que em grego significa “posto de observação”, e realmente, dá para ver tudo de lá. No fim da tarde; a luz dourada deixa tudo ainda mais fotogênico e o calor já está mais suave.



Caminhada entre Fira e Imerovligli
No caminho final do percurso, é possível pegar uma pequena trilha para a Skaros Rock, que é um penhasco imponente que já foi lar de uma fortaleza medieval no século XV. Naquela época, Santorini vivia sob a ameaça constante de piratas, e esse ponto alto servia de defesa natural. Hoje, restam apenas ruínas e uma sensação incrível de estar num lugar que já viu batalhas, terremotos e vulcões em erupção, e ainda assim continua firme. Subir até o topo exige um pouco de fôlego, mas a vista recompensa: 360° da caldeira, com as ilhas vulcânicas Nea Kameni e Palea Kameni ao fundo. Durante o pôr do sol, os locais dizem que Skaros “pega fogo”, porque as rochas ficam vermelhas com a luz dourada.


Skaros Rock
Voltando para Fira, passei pela charmosa Three Bells of Fira, aquela igreja com três sinos e cúpula azul que você já deve ter visto em todos os cartões-postais de Santorini. Pessoalmente, é ainda mais linda, principalmente pelo contraste com a vista para o mar. Apesar da fama entre turistas, é uma igreja ativa, dedicada à Virgem Maria, onde acontecem casamentos e batizados locais. O melhor ponto para foto é um mirante escondido atrás da igreja. Para encerrar, fui ao Mama Thira, um restaurante familiar em Firostefani com uma varanda perfeita para o pôr do sol. Pedi um moussaka (uma espécie de lasanha grega de berinjela e carne) e fiquei ali, vendo o céu se transformar em tons de rosa, laranja e dourado. Um daqueles momentos que parecem cena de filme. E, como ainda era cedo, aproveitei para fazer uma caminhada noturna por Fira. À noite, a cidade ganha outra atmosfera: luzes amarelas iluminam as ruelas, joalherias brilham nas vitrines, bares tocam música ao vivo e, de vez em quando, você encontra um mirante vazio só para você e o mar. Foi nesse silêncio interrompido apenas pelo som do vento que percebi: eu estava mesmo em Santorini.



Three Bells of Fira, Mama Thira e Santorini à noite
Dia 2
- Akrotiri
- Emporio Village
- Profitis Ilias Mountain
- Perissa Beach
- Santorini Winery
- Oia – Sunset
O segundo dia começou com um mergulho na história de Santorini. Como eu estava sem carro, contratei um passeio de dia inteiro com a NST Travel, que me buscou cedinho no hotel para começarmos o tour pelos principais pontos de Santorini. Começamos por Akrotiri, um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo. Santorini foi devastada por uma das maiores erupções vulcânicas da história, por volta de 1600 a.C. e Akrotiri é como uma “Pompéia grega”, uma cidade inteira preservada sob cinzas vulcânicas. Andar por aquelas passarelas suspensas e ver casas de dois andares, cerâmicas e até sistemas de esgoto de milhares de anos atrás é surreal – dá para imaginar a vida florescendo ali antes do desastre.



Akrotiri
De lá, seguimos para Emporio, um vilarejo medieval cheio de ruelas estreitas e construções de pedra que parecem cenário de filme. É um dos cantinhos menos turísticos da ilha e justamente por isso tem um charme autêntico. A próxima parada foi o ponto mais alto da ilha: o Monte Profitis Ilias. Lá de cima, a vista é simplesmente de tirar o fôlego, dá para ver Santorini inteira, como se fosse um pedaço de lua flutuando no mar. Ali existe também um mosteiro ortodoxo do século XVIII, onde monges ainda vivem e produzem mel e vinho.



Emporio
Depois de tanta história e vistas panorâmicas, hora de relaxar na Perissa Beach. Diferente das praias “cartão-postal” de água azul e areia branca, aqui a areia é preta e grossa, resultado das erupções vulcânicas – um lembrete constante da força da natureza na ilha. A estrutura é ótima, cheia de bares e espreguiçadeiras, e excelentes opções de frutos do mar. A tarde seguiu com uma das minhas partes favoritas do dia: degustação de vinhos em uma vinícola local. Sabia que Santorini é conhecida por produzir vinhos únicos graças ao solo vulcânico? A uva Assyrtiko, por exemplo, cresce em vinhas que parecem ninhos no chão, uma técnica para protegê-las do vento forte da ilha.


Perissa Beach e Vinícola
E para fechar com chave de ouro, o dia terminou com o espetáculo mais famoso de Santorini: O pôr do sol em Oia. O ônibus nos deixou lá no fim da tarde, e eu garanti um cantinho em um bar sunset para assistir ao sol mergulhar no mar, tingindo tudo de laranja, rosa e dourado. Sim, é lotado. Sim, é turístico. Mas também é absolutamente mágico, um daqueles momentos que, por mais fotos que você tire, nenhuma vai capturar o que você realmente sentiu. Voltei para o hotel cansada, mas com aquela sensação boa de ter vivido um dia inteiro de descobertas: da história milenar à simplicidade do vilarejo, da força da natureza ao prazer de um bom vinho.


Oia e Pôr do Sol
Dia 3
- Athinios Port
- Nea Kameni
- Palea Kameni
- Thirassia
- Oia – Pelo Mar
- Jantar e Filme no Volcano Cinema
E o terceiro dia foi dedicado para ver Santorini pelo mar. Continuei meu segundo dia de passeio com mais um tour da NST Travel. A van da agência me buscou cedo no hotel e seguimos para o Athinios Port, o porto principal da ilha. O porto em si já é um espetáculo: imagine um paredão de rochas vulcânicas que parece abraçar o mar, com barcos indo e vindo e aquele azul profundo do Egeu que hipnotiza. Nosso barco era uma daquelas embarcações tradicionais gregas, de madeira, que parecem ter saído de um filme. Partimos em direção a Nea Kameni, a ilha que abriga o vulcão ativo responsável por dar a Santorini sua forma atual. É curioso pensar que toda essa paisagem icônica, aquelas casinhas brancas, igrejas de cúpula azul e penhascos dramáticos só existe graças a uma erupção catastrófica que aconteceu há mais de 3.500 anos que transformou Santorini em um arquipélago de ilhas. Dizem que foi uma das maiores da história e que pode até ter inspirado o mito da Atlântida.


Porto de Santorini e Nea Kameni
Desembarcamos em Nea Kameni e começamos a caminhada até a cratera. O terreno é árido, quase lunar, coberto por pedras vulcânicas pretas e vermelhas. Dá pra ver várias formações vulcânicas ao longo de toda a caminhada, que estão apenas adormecidas, mas ainda ativas. Lá do alto, a vista é surreal: a caldeira inteira de Santorini se abre em um semicírculo, com as vilas brancas de Fira, Imerovigli e Oia parecendo flutuar na borda do penhasco. Uma das vistas mais surpreendentes do dia.

De volta ao barco, seguimos para Palea Kameni, onde há fontes termais naturais. O capitão nos avisou: “A água é quente… mas não esperem um spa!”. E ele tinha razão: o mar é frio, mas quando você chega pertinho das pedras, a temperatura sobe alguns graus e a água ganha um tom ferrugem por causa do enxofre. Mergulhar ali foi uma sensação bem diferente, pela composição, cheiro de ferro e até a textura da areia escorregadia nos pés, a experiência é de realmente nadar no coração do vulcão.

Depois, navegamos até Thirassia, uma ilha vizinha bem menos turística e que parece parada no tempo. Tivemos um tempinho livre para almoçar e explorar. Eu fiquei na base da ilha aproveitando o mar belíssimo, mas também era possível subir até Manolas, a vila principal. A subida é feita por uma escadaria interminável (ou de burrinho, se você preferir). A vila tem tavernas familiares servindo peixe fresco. Muitos restaurantes tem “estacionamento de lanchas”, pois muitas pessoas alugam pequenos barcos só para ir aproveitar o contraste delicioso da ilha versus a Santorini movimentada.


Thirassia
Nosso último ponto do dia foi Oia, mas dessa vez, vista pelo mar, que é outra perspectiva completamente diferente: as casas parecem esculpidas na rocha, empilhadas em níveis desordenados, com igrejas de cúpulas azuis que brilham sob o sol do fim de tarde. À noite, de volta a Fira, decidi fechar o dia com algo inusitado: um filme ao ar livre no Volcano Cinema. É um cinema pequeno à céu aberto, que fica dentro de um restaurante na beira do penhasco, com uma vista incrível para o pôr do sol. Assistir “Mamma Mia” com os tons alaranjados do sol se pondo, abrindo as portas para um anoitecer belíssimo, foi o jeito perfeito de encerrar um roteiro intenso e inesquecível por essa ilha maravilhosa.



Oia pelo mar e Volkano Cinema
Roteiro no Mapa
Usando o My Maps é possível simular o roteiro dentro do mapa do Google Maps, e construir sequências de atividades funcionais. Esse foi o meu roteiro em Santorini:
Orçamento Final
Abaixo está listado os custos que eu paguei pela viagem para Santorini, em junho de 2025, com câmbio € 1 = R$ 6,35.

É possível diminuir esses custos ao escolher uma opção de hospedagem mais econômica (como hostel, hotéis mais afastados do centro ou Airbnb), comendo em opções de restaurante mais econômicas e/ou usando milhas. Nessa viagem também visitei outras regiões da Grécia, como Atenas, Mykonos e Corfu, logo os custos foram impactados pois entrei e saí da Grécia via Corfu (logo tive outros custos relacionados a vôos internos e ferries).
Espero que este roteiro te inspire a sentir Santorini com todos os sentidos, sem pressa, sem rótulos, apenas se permitindo descobrir. Porque a ilha vai muito além das fotos de Oia ou do pôr do sol icônico: ela se revela nas ruas estreitas de Fira, nos vilarejos escondidos como Thirassia, nas praias de areia vulcânica e no contraste do branco das casas com o azul intenso da caldeira. É caminhar entre mirantes que tiram o fôlego, mergulhar nas águas termais de Palea Kameni, brindar com vinhos que carregam séculos de história e se perder em vielas silenciosas com igrejinhas inesperadas. Santorini é feita de momentos grandes e pequenos: o sol refletindo nas cúpulas azuis, o vento que bagunça os cabelos nas escadarias, o som distante do mar misturado ao riso de turistas e locais. É intensa, serena, surpreendente – uma ilha que fica com você, mesmo depois que você parte, deixando um pedacinho do coração suspenso entre penhascos, céu e mar.

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